Neste sábado, 17 de maio de 2025, o Papa Leão XIV dirigiu-se aos membros da Fundação Centesimus Annus Pro Pontifice com uma mensagem clara, corajosa e profundamente evangélica. Falando durante a Assembleia Geral da fundação, cujo tema foi “Superar as polarizações e reconstruir a governança global: as bases éticas”, o Santo Padre lançou um chamado que ressoa com força em tempos de desigualdade crescente e exclusão social.
Entre os vários pontos de sua fala, um trecho em especial destacou-se pelo tom direto e transformador: “Quem nasce e cresce longe dos centros de poder não deve ser simplesmente instruído na Doutrina Social da Igreja, mas reconhecido como seu continuador e atualizador: os testemunhos de compromisso social, os movimentos populares e as diversas organizações católicas de trabalhadores. Recomendo-vos dar a palavra aos pobres”.
Com essas palavras, o Papa rompe a lógica de um ensinamento que desce apenas de cima para baixo. Ele propõe uma Igreja que aprende e se transforma a partir das margens, que reconhece nos pobres não apenas destinatários de assistência, mas protagonistas da história, da fé e da própria doutrina.
Ao afirmar que esses irmãos e irmãs são “continuadores e atualizadores” da Doutrina Social da Igreja, Leão XIV não os coloca num lugar secundário, mas no centro do pensamento e da missão eclesial. Essa visão pede uma inversão de rota: sair da postura de quem apenas ensina, para entrar numa atitude de escuta e reconhecimento.
O Papa também dá nome aos sujeitos dessa renovação: “os testemunhos de compromisso social, os movimentos populares e as diversas organizações católicas de trabalhadores”. São homens e mulheres que lutam todos os dias por justiça, dignidade, condições de vida mais humanas. Neles, a doutrina social se torna carne, se torna ação concreta.
E o apelo final é direto e impossível de ignorar: “Recomendo-vos dar a palavra aos pobres.” Dar a palavra — não só o microfone, mas o espaço, a escuta, a autoridade. Não se trata de falar por eles, mas de garantir que eles falem por si e sejam ouvidos.
Este discurso de Leão XIV é mais do que uma exortação pastoral. É um convite à conversão da Igreja e à revisão profunda de suas estruturas e práticas. É um lembrete de que o Evangelho, para ser fiel a Jesus Cristo, precisa sempre emergir dos últimos, não para lhes dar voz, mas para reconhecer que a voz de Deus já fala neles.

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